Castelo de Outeiro de Miranda

Castelo de Outeiro, fortaleza de Outeiro, ou castelo de Outeiro de Miranda como seria designado ate à extinção do concelho de Outeiro.

Dado ao relevo do outeiro e posição geográfica, é muito provável que antes de ali estar o castelo estivesse uma povoação castreja no século VI a.C.

Os primeiros registos históricos apontam para o século XIII, quando a localidade de Outeiro é fundada por D. Diniz e aí manda construir o castelo.

Duarte d’Armas, escudeiro da Casa Real com arte para o desenho, fez o levantamento militar de todas as fortificações da fronteira com Castela, a mando do rei Manuel I.
A sua viagem começa em 1509, demora cerca de um ano e este homem passou em Outeiro, onde registou duas vistas panorâmicas do castelo e a planta.
Estes desenhos com mais de 500 anos são a única fonte documental existente do castelo.
Duarte d’Armas deixou-nos a vista Lés-Nordeste, a vista de Oeste e a planta com várias anotações dos vários componentes do castelo, com as respectivas medidas de grossura de muros, altura de torres, sinais cartográficos e notas explicativas, assim como ainda registou alguns edifícios envolventes e principal relevo geográfico. Vistas e planta aqui.

Em 1514 com a transferência da vila para o vale deixou-se o castelo ao abandono. Inabitado torna-se frágil e vulnerável. Em 1762 o castelo é arruinado no contexto da guerra dos sete anos.
A Guerra Fantástica, Guerra do Mirandum ou Guerra do Pacto de Família, foi o nome pelo qual ficou conhecida a participação de Portugal na Guerra dos Sete Anos (1756-1763). O conflito desenrolou-se no período de Abril a Novembro de 1762, iniciando-se quando um exército franco-espanhol, com um efectivo de cerca de 40 000 homens comandados pelo general Nicolás de Carvajal y Lancaster, o marquês de Sarriá, invadiu Portugal pela fronteira de Trás-os-Montes, conquistando as terras de Miranda, Bragança e Chaves, a que se seguiu uma invasão pelas Beiras, conquistando Almeida e Castelo Branco. Em resposta, formou-se um exército anglo-português, com cerca 20 000 homens, sob o comando do Conde de Lippe, que se posicionou para defender Lisboa, mas em Novembro daquele ano de 1762 foi assinado um acordo de cessar-fogo antes de ser travada qualquer batalha. Em consequência, o episódio ficou conhecido por Guerra Fantástica porque, apesar se de terem registado sucessivas movimentações de tropas, os recontros limitaram-se a acções de guerrilha conduzidas pelas milícias locais.


Diz o povo, que existiu um grande modelo de cartão do castelo de Outeiro, guardado na cadeia por muitos anos e ali ficou a apodrecer, talvez se tenha perdido assim o único modelo capaz de demonstrar como era o castelo. Perdeu-se por estupidez, desleixo, desinteresse!
Felizmente os três desenhos de Duarte d’Armas sobrevivem!
Não sendo nenhum expert em CAD, modelagem 3D ou desenho, sou contudo um interessado e entusiasta. Aqui fica o resultado:



Comentários

  1. Pois se não és "expert", parecer pareces.
    Parabéns pelo trabalho. Com a devida vénia e, se me autorizas, irei divulgar este post no meu Blogue.

    Abraço

    ResponderEliminar
  2. Muito interessante o seu blogue ,não só ao nível da reconstituição do Castelo ,mas também pela narrativa histórica . Voltarei a visitá-lo ; espero que faça o mesmo com o meu.
    Saudações beirãs

    ResponderEliminar
  3. Dizer que ficou fantático é dizer pouco,mas dizer que esta reconstituição nos faz sonhar é admirável.

    ResponderEliminar
  4. Parabéns menino está impressionante, pena não estar assim reconstruido, gostava de ver :-)
    e se não és um " expert " lá chegarás.
    Abraço

    ResponderEliminar
  5. E não foi deste castelo que se fizeram nascer famílias, enquanto na aldeia dentro de suas muralhas habitavam aqueles nos anos de 1279?

    ResponderEliminar
  6. Exmo Presidente da Camara de Braganca

    Nao ande so na politica para se mostrar, mas mostre-se fazendo obras de bem. Eu, uma peruana, gostava de ver o Castelo de Outeiro reconstruido.
    Pense nisso, e assim sera relembrado por os vossos cidadaos tanto ou mais como o tempo em que o Castelo esta em ruinas.

    Ursula Barron

    ResponderEliminar

Enviar um comentário